BRINQUEDISTA DA PASTORAL DA CRIANÇA


“As praças da cidade estarão cheias de
meninos e meninas a brincar pelas ruas.”
Zc 8,5





A Pastoral da Criança entende ser o brincar uma necessidade para o desenvolvimento infantil. A criança brinca por necessidade e ao brincar aprimora seus sentidos e seus movimentos; vai conhecendo como são e para que servem os objetos e brinquedos; desenvolve sua linguagem e seu pensamento; aprende e compreende as atividades, os costumes dos adultos e as relações entre as pessoas. Por sua relevância o brincar é assegurado como um direito no Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 16).
Por outro lado, observa-se que as transformações da sociedade, principalmente nas grandes cidades, estão diminuindo as oportunidades que as crianças têm de brincar: a televisão ocupa um tempo cada vez maior nas atividades delas, a necessidade de mães e pais se ausentarem para o trabalho por um longo período impedindo que convivam e brinquem mais com seus filhos e filhas; a insegurança nas ruas que impedem o brincar em calçadas, praças e parques; as moradias das famílias, em especial das mais pobres, cada vez menores, são alguns dos motivos que diminuem as oportunidades para as brincadeiras seja em casa e também, em especial, junto com outras crianças.
Sendo assim, a Pastoral da Criança criou, em 1995, o Projeto Brinquedos e Brincadeiras, que se transformou, em 2002, na “Ação Brinquedos e Brincadeiras”. Esta ação tem como objetivo aumentar o interesse pelo brincar e pelas atividades de lazer nas comunidades apoiando as famílias na construção de um ambiente favorável ao desenvolvimento de suas crianças. E para isso pretende:
• promover a defesa do direito da criança de brincar;
• incentivar o brincar que dá oportunidade à criança de escolher livremente o como e com quem quer brincar;
• criar oportunidades para o resgate de brinquedos e brincadeiras característicos das diferentes regiões do país;
• estimular a transmissão de valores e cultura da comunidade pela interação das gerações mais velhas com as mais novas;
• defender a criação de espaços nas comunidades para que as crianças brinquem juntas e ao ar livre em praças, parques, calçadas.
A Pastoral da Criança incentiva o brincar que tem como característica a livre escolha da criança porque entende que é por meio de escolhas que a criança pode ir aprendendo a exercitar sua autonomia, ou seja, aprender a fazer as coisas por conta própria, julgar o que gosta ou não gosta de fazer. A brincadeira, sendo o momento em que quem comanda a atividade é a criança e não o adulto, é uma oportunidade fundamental para que a criança aprenda a fazer escolhas, a tomar decisões, libere e controle emoções, exercite seu corpo, estimule sua imaginação e criatividade.
Como funciona a “Ação Brinquedos e Brincadeiras”

“Brinquedos e Brincadeiras” é uma ação complementar às ações básicas da Pastoral da Criança que compõem o “Guia do Líder”. Para implantar esta ação nas comunidades são preparados os brinquedistas, voluntários que têm por atribuição promover e defender o brincar no lugar onde moram e vão atuar.
Esses brinquedistas são capacitados primeiramente no “Guia do Líder” e em seguida recebem uma capacitação específica na qual estudam e praticam os conteúdos do livro Brinquedos e brincadeiras na comunidade.
A capacitação dos brinquedistas é feita por capacitadores dos setores, os quais por sua vez são preparados pelos multiplicadores da equipe estadual. O livro Como organizar e acompanhar - Brinquedos e brincadeiras foi escrito para servir de base para a implantação e acompanhamento da ação pelos coordenadores de ramo, setor e estado e para o planejamento das capacitações pelos capacitadores e multiplicadores.
Os brinquedistas fazem parte da equipe da comunidade junto a qual recebem sua formação contínua. O Jornal da Pastoral da Criança também traz, periodicamente, informações para enriquecer as atividades dos brinquedistas.
Os indicadores do andamento da ação e das atividades dos brinquedistas constam do Sistema de Informações da Pastoral da Criança.
Atividades do brinquedista na comunidade
Depois de participar da capacitação, o brinquedista deverá realizar, mensalmente, as atividades da “Ação Brinquedos e Brincadeiras” na sua comunidade. A atuação do brinquedista pode se dar pela realização de atividades variadas como:
• criação dos “cantinhos do brincar” no dia da Celebração da Vida, nas reuniões e encontros com pais e familiares;
• preparação de adolescentes e pessoas mais velhas para se tornarem brincadores e poderem ajudar no Dia da Celebração da Vida brincando com as crianças e com os bebês, contando histórias e, também, nas oficinas de confecção de brinquedos;
• realização de oficinas para construção e reparo de brinquedos, com a participação das famílias, dos líderes, e de outras pessoas da comunidade;
• promoção de manhãs ou tardes de lazer, envolvendo também idosos, adultos, jovens em atividades lúdicas, resgate de brincadeiras, músicas e danças da região;
• participação nas Reuniões para Reflexão e Avaliação mensais junto com os líderes;
• participação em reuniões comunitárias, junto com os líderes, para defender propostas para promover o brincar na comunidade como criar praças ou outros espaços para a brincadeira;
• acompanhamento dos líderes em algumas visitas domiciliares, quando for considerado necessário.
Sacolão para brincadeiras na comunidade.

Para tornar os momentos de encontro com as crianças ainda mais animados, a Coordenação Nacional da Pastoral da Criança monta 
um conjunto de brinquedos, livros e materiais de expressão plástica que chama de sacolão. A escolha dos itens do sacolão foi feita para atender às necessidades do brincar de crianças até os seis anos com brinquedos para o faz-de-conta, blocos de construção, bola, corda; livros de literatura infantil para proporcionar o contato desde cedo com o código escrito, materiais de expressão plástica para as crianças expressarem sua criatividade. A variedade de brinquedos e materiais visa permitir que as crianças exercitem sua capacidade de livre-escolha escolhendo com o quê e como querem brincar, desde que obedeçam limites de convivência e de cuidado com as coisas a seu redor.
O sacolão é entregue às comunidades que têm brinquedistas capacitados e atuantes e que enviam, regularmente a FABS - Folha de Acompanhamento e Avaliação das Ações Básicas de Saúde e Educação na Comunidade.

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