DICAS

Da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança
As Coordenaçoes Paroquiais, de Áreas, Diocesanas e Estaduais


48 Maio 2011

CRIANÇAS COM SUSPEITA DE PNEUMONIA PRECISAM RECEBER
        O ANTIBIÓTICO O QUANTO ANTES!                      


Médicos e profissionais de enfermagem devem garantir que a primeira
dose de antibiótico seja dada ainda no posto de saúde e instruir os pais a darem todas as doses corretamente em casa Muitos exemplos mostram que com boa administração dos recursos, criatividade e ajuda da comunidade, o atendimento pode ser feito com qualidade e na hora em que a pessoa necessita.
 

v  Acesso ao antibiótico na Unidade Básica de Saúde
 
Líder e coordenadores, como sabemos, as orientações sobre os cuidados com relação a Pneumonia estão no Guia do Líder da Pastoral da Criança (pagina 164). A pneumonia é uma infecção respiratória grave. Se a criança não receber o tratamento certo e a tempo, pode morrer. Por isso quando a criança apresenta algum sinal de infecção respiratória, a mãe, pai ou familiar deve ser orientado para que:
• leve ao médico o mais rápido possível;
• continue a amamentar, se a criança estiver sendo amamentada;
• dê os medicamentos na dose, nos horários e pelo tempo recomendado pelo médico;
• volte ao serviço de saúde no dia marcado ou a qualquer momento, se
a criança não apresentar melhora ou piorar.

v  Ministério da Saúde orienta que primeira dose é imediata!

Uma criança com suspeita de pneumonia, com a indicação médica de antibiótico, deve receber a primeira dose do remédio na própria Unidade Básica de Saúde (UBS), conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde (Programa AIDPI – Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância, 2003). Além de disponibilizar uma nota técnica, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009, que descreve os direitos e deveres dos usuários da saúde, e orienta para o tratamento no tempo certo. Da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança às Coordenações de Ramo, Setor, Área, Núcleo, Grandes Metrópoles e Estadual. No caso do Antibiótico para criança com Pneumonia o tempo certo é logo depois do diagnóstico medico, na própria Unidade Básica de Saúde. A Portaria define no Art. 3º que "Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo para resolver o seu problema de saúde. Parágrafo único. É direito da pessoa ter atendimento adequado, com
qualidade, no tempo certo e com garantia de continuidade do tratamento, para isso deve ser assegurado:
I - atendimento ágil, com tecnologia apropriada, por equipe multiprofissional capacitada e com condições adequadas de atendimento;" Todos os documentos estão disponíveis na Internet, endereçowww.rebidia.org.br
 

v  Organizar a distribuição do Antibiótico

Em muitos municípios, a mãe ou responsável pela criança recebe medicamento na Unidade Básica de Saúde, depois da consulta, e só oferece a primeira dose para criança ao chegar em casa. Em outras situações precisa buscar os medicamentos receitados em uma Unidade Central de Medicamentos, desperdiçando horas de tratamento que podem significar ma internação hospitalar evitável e, o que é pior, a morte da criança. Alguns municípios preferem centralizar a distribuição de medicamentos em vez de organizar a supervisão do profissional farmacêutico em todas as Unidades de Saúde e ofertar os medicamentos básicos em cada local (localmente). Em certos casos os profissionais das Unidades Básicas de Saúde alegam que não dispõem de orientação sobre a preparação e a oferta do antibiótico (Amoxicilina em solução, por exemplo), além do receio das reações alérgicas – apesar de o bom senso sugerir que ter reações no serviço de saúde é melhor que ter em casa. A primeira dose de antibiótico dada logo após a consulta, ainda no posto de saúde, poderia evitar uma parte significativa das cerca de 4 mil mortes anuais entre crianças menores de 5 anos no Brasil, registradas no Ministério da Saúde. Segundo dados do governo, as infecções respiratórias causadas por bactérias são a segunda causa de morte de crianças no país. As doenças respiratórias respondem por 19,7% das causas de morte de crianças entre 1 e 4 anos de idade, 6,2% das crianças menores de um ano. A prevenção inclui o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, continuidade do aleitamento materno por dois anos ou mais, alimentação saudável que ajuda no fortalecimento do sistema imunológico, a qualidade do ar dentro de casa e imunização por meio de vacinas. Os Articuladores da Pastoral da Criança junto aos Conselhos de Saúde visita mensalmente as Unidades Básicas de Saúde. O resultado da visita mostra que a cada dez (10) Unidades visitadas, sete (7) tinham antibiótico em estoque no dia da visita, mas somente quatro (4) deram a primeira dose do antibiótico para a criança na própria Unidade Básica.
 
v  Campanha Nacional
Antes de promover uma campanha a Pastoral da Criança se cerca de parceiros com credibilidade sobre o tema. Este cuidado é necessário para que as informações sejam confiáveis. Com o apoio do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – Conasems, Ministério da Saúde, Unicef, Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Academia Brasileira de Pediatria (ABP) e Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas/RS foi planejada a campanha de incentivo ao acesso imediato do antibiótico nos casos de tratamento das suspeitas de pneumonia em crianças. Em cada município, a secretaria municipal de saúde é a encarregada da organização e do funcionamento das Unidades Básicas de Saúde. Com o apoio da comunidade e das prefeituras é possível disponibilizar o Antibiótico nas Unidades de Saúde oferecer o tratamento imediatamente após a consulta.
 
v  Perguntas Frequentes

1. O médico precisa esperar pelo exame de Raio X para afirmar que  criança está com Pneumonia e iniciar o tratamento?

Não. Na maioria das pneumonias comunitárias se inicia o tratamento imediatamente e se reavalia clinicamente com 24 a 48 horas.
 
2. Quando a criança precisa ser internada por pneumonia ela deveria tomar a primeira dose na UBS antes de ser encaminhada para  internação?

Sim. O tempo entre a transferência, internação e o início de tratamento pode levar horas. Por isso recomenda-se dar a primeira dose de antibiótico na UBS antes de encaminhar para o hospital.
 
3. Quando não é possível a presença do farmacêutico nas Unidades Básicas de Saúde para dispensação do antibiótico pode haver a supervisão do profissional farmacêutico e a dispensação ser feita por outro profissional de saúde treinado?

A ANVISA exige o profissional Farmacêutico em todas as farmácias, porém nas Unidades de Saúde sem farmácia, mas que dispõe de um conjunto de medicamentos supervisionados, não há necessidade.
4. que acontece quando a pessoa não faz o tratamento com o antibiótico até fim e não completa as doses definidas pelo médico?

Nesse caso, as bactérias do paciente podem vir a desenvolver resistência ao antibiótico, o que é um problema de saúde pública, pois o uso indiscriminado e incorreto de antibióticos vem crescendo a cada dia. DICAS é um informativo técnico dirigido às Equipes de Coordenação da Pastoral da Criança. Se tiver alguma sugestão de tema ou dúvida, escreva para: Coordenação Nacional da Pastoral da Criança Rua Jacarezinho, 1691 • Curitiba – PR • 80810-900 Fone: (41) 2105 0250 • Fax: (41) 2105-0201 • E-mail: pastcri@pastoraldacrianca.org.br
 

5. A bula do Antibiótico Solução (Amoxicilina) descreve que o medicamento deve ser dissolvido com água filtrada ou fervida fria. É possível orientar que o Antibiótico pode ser dissolvido com água potável?

Sim. Lembramos que a água de torneira, fornecida pelas empresas de saneamento, são adequadas para beber e para se diluir os medicamentos. Não há necessidade de ferver ou filtrar esta água.
 
6. Em algumas situações pode haver reações alérgicas ao antibiótico. Alguns profissionais de saúde, por não serem médicos, poderiam alegar ter receio de dar a primeira dose por temer reações alérgicas?

Essas reações graves embora raras existem. E devido a isso, o correto é que a primeira dose seja dada em uma unidade básica. Por isso as UBS deveriam dispor de insumos adequados para atender às reações alérgicas na primeira hora após a aplicação de fármacos. É sempre melhor ter reações no serviço de saúde que ter em casa.

7. De que maneira o profissional de saúde pode verificar se a mãe ou o responsável entendeu o processo de tratamento?

Pedir que repita tudo o que foi dito anteriormente. Ao utilizar copinhos ou seringas dosadoras, pedir que aponte até que ponto deve ser a dose indicada.

v  Sugestões de perguntas para motivar debate das Coordenações com os Líderes, Capacitadores e Articuladores

• Quais a atividades realizadas pela Unidade Básica de Saúde em sua comunidade sobre os sinais de perigo e a busca dos serviços no tempo adequado?
• O que pode acontece com as crianças com pneumonia, que têm receita para tomar antibiótico e não recebem logo o medicamento na Unidade Básica de Saúde para começar o tratamento?
• Como dialogar na Unidade de Saúde sobre este assunto?
• Quais as soluções de continuidade para que os antibióticos estejam sempre disponíveis para crianças em todas as Unidades Básicas de


Maio 2009 - nº 46
DORMIR DE BARRIGA PARA CIMA
É MAIS SEGURO!


Esse dicas traz orientações e recomendações sobre a Campanha que a Pastoral da Criança está lançando para diminuir o número de Mortes Súbitas entre bebês menores de um ano. Você sabe qual é a posição mais segura para o bebê dormir? É de barriga para cima. Essa informação já consta no Guia do Líder, página 133. No entanto, a maior parte das mães ainda coloca o bebê para dormir em outra posição. Por isso a necessidade desta campanha.

 Como sabemos que a posição “barriga para cima” é a melhor?
A Medicina Baseada em Evidências, comprovada através de pesquisas feitas em diversos países, mostra que a posição mais segura para um bebê dormir é de barriga para cima: nesta posição é possível reduzirmos em até 70% as mortes súbitas na infância. A morte súbita, ou morte do berço como é popularmente conhecida, é uma das maiores causas de mortes entre bebês até um ano de idade. Quando o bebê está
dormindo de lado ou de barriga para baixo, ele respira um ar “viciado”, enquanto de barriga para cima ele consegue respirar um ar mais “fresco”. Um adulto mudaria de posição para respirar este ar mais fresco, mas o bebê colocado de barriga para baixo ou de lado não faz isso e, depois de algum tempo, para de respirar e morre. Há pessoas que não colocam o bebê para dormir de barriga para cima, por medo de ele se afogar, caso vomite. Pesquisas mostram que neste caso, a reação natural do bebê é tossir e com isso chamar a atenção dos pais. Dr. Cesar Victora, doutor em Epidemiologia pela London School of Hygiene and Tropical Medicine e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), é enfático em responder a quem usa o argumento de que a criança, dormindo de barriga para cima, pode vomitar e se afogar com o vômito: “é melhor engasgar do que morrer”. Segundo Victora, as evidências científicas são inquestionáveis e as academias de pediatria dos EUA e Inglaterra, por exemplo, já recomenda deitar o bebê de barriga para cima como a única posição correta.
Da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança Às Coordenações de Ramo, Setor, Área, Núcleo,
Grandes Metrópoles e Estadual.

 O que é a Morte Súbita na Infância?
Morte Súbita é o nome que se dá para a morte de bebês menores de 1 ano que morrem de forma inesperada e sem explicação durante o sono.
Embora a causa da Morte Súbita seja desconhecida, existem alguns fatores que aumentam o risco de ela acontecer. No Brasil, pesquisas realizadas na cidade de Pelotas (RS) constataram 10 casos de Morte Súbita na Infância, do total de 66 mortes, registradas entre os 4.248 nascidos vivos no ano de 2006, ou seja, a cada 425 crianças que nasceram, uma morreu por esta causa.

Qual é a causa da morte súbita infantil?
A causa da morte súbita infantil é desconhecida. Embora não se saiba exatamente a causa, já se sabe o que aumenta o risco de morte:
• bebês colocados para dormir de bruços ou de lado;
• fumar durante a gravidez e permitir que fumem onde está a criança após o nascimento;
• falta de aleitamento materno;
• uso de colchões ou travesseiros muito moles e fofos;
• presença de brinquedos, travesseiros, rolinhos, paninhos (“cheirinhos”) e outros objetos no berço que podem sufocar o bebê;
• superaquecimento do bebê;
• nascimento prematuro ou bebês com baixo peso ao nascer.

 Como prevenir a morte súbita?
Conheça algumas dicas, que devem ser repassadas para todos os capacitadores e líderes, para serem trabalhados junto às famílias acompanhadas pela Pastoral da Criança, principalmente com as gestantes e as mães de bebês menores de um ano de idade. Uma boa oportunidade para trabalhar essas dicas é no dia da Celebração da Vida e na reunião para Reflexão e Avaliação. É muito importante que essas informações cheguem para todas as mães da Pastoral da Criança.

 Cuidados na hora de dormir
• Colocar o bebê para dormir de barriga para cima.
• Evite o excesso de roupas e fraldas que possam dificultar os movimentos do bebê e superaquecer seu corpo.
• Deixe os braços do bebê livres, para fora das cobertas. Com isso evita se que ele deslize na cama e fique com a cabeça embaixo das cobertas.
• Deixe a cama livre de almofadas, travesseiros, “cheirinhos” (paninhos usados por algumas crianças para dormir), bichos de pelúcia e outros brinquedos que possam dificultar a respiração do bebê.
• A temperatura do quarto deve ser confortável para um adulto vestindo roupas leves. O bebê não deve parecer quente ao ser tocado.

B. Não exposição ao cigarro
• Os pais devem evitar fumar durante a gestação e após o nascimento.
• A exposição à fumaça do cigarro afeta gravemente o desenvolvimento e a saúde das crianças. Os bebês de mães que fumaram durante a gestação tem três vezes mais riscos de morte súbita do que os bebês de mães não fumantes. O fumo durante a gravidez aumenta o risco de aborto, partos prematuros e baixo peso ao nascer, assimtambém como a possibilidade de o bebê sofrer com doenças respiratórias.

C. Amamentação exclusiva até os 6 meses de idade
São vários os benefícios do aleitamento materno para o bebê e a prevenção da morte súbita é uma delas. O leite materno também protege o bebê contra várias doenças, como alergias, diarréias, resfriados e infecções urinárias e respiratórias. Mamar também desenvolve e fortalece a musculatura da boca do bebê, melhorando a mastigação, o ato de engolir e a fala. Este é um momento muito especial entre a mãe e o bebê, que fortalece a relação entre mãe e filho e transmite segurança, carinho e o amor que ele precisa para se desenvolver bem.

Agir
Nós podemos ajudar a reduzir em até 70% o número de mortes súbitas de crianças somente orientando as mães para colocar seus bebês para dormir de barriga para cima! Nesse momento é preciso unirmos esforços com nossos companheiros de caminhada para fazer chegar essa informação ao maior número possível de mães. A Coordenação Nacional da Pastoral da Criança irá disponibilizar Cartaz e Santinho desta Campanha, a serem entregues no início de junho. Além disso, iremos lançar a Campanha em televisões, rádios, jornais etc. Você pode divulgar essa ação de muitas maneiras:

·        Por meio dos Líderes:
1. Aproveite as Reuniões para Reflexão e Avaliação para conversar com as líderes e tirar as dúvidas. Será muito importante a conversa do líder com as mães nas visitas domiciliares para ajudar a passar essa informação e salvar vidas.
2. Peça para os líderes reunirem-se com as mães da comunidade para uma Roda de
Conversa sobre o tema. É importante ouvir as suas experiências e conversar sobre a importância de seguir as orientações para colocar o bebê para dormir.
·         Por meio de sua equipe de Coordenação do Ramo:
1. Converse com o seu pároco e combine estratégias para:
- colar o cartaz da campanha nos espaços apropriados da Igreja, das Capelas, dos Salões Paroquiais;
- orientar a equipe responsável pelo Curso de Batismo a conversar com pais e padrinhos sobre esta Campanha, distribuindo os santinhos da Campanha nas palestras;
DICAS é um informativo técnico dirigido às Equipes de Coordenação da Pastoral da Criança.
Se tiver alguma sugestão de tema ou dúvida, escreva para:
Coordenação Nacional da Pastoral da Criança
Rua Jacarezinho, 1691 • Curitiba - PR • 80810-900
Fone: (41) 2105 0250 • Fax: (41) 2105-0201 • E-mail: pastcri@pastoraldacrianca.org.br
Impresso com o apoio da:
- falar sobre a campanha nas missas e, no final destas, distribuir os santinhos e conversar com as mães;
- conversar com os catequistas e grupo de jovens de sua paróquia e encontrar formas de distribuir os santinhos e conversar com as mães da comunidade.
2. Converse com os Articuladores de Saúde sobre o tema. A participação deles será muito importante também, inclusive junto aos membros do Conselho Municipal e profissionais da saúde. Vocês podem juntos verificar se houve algum caso de morte súbita na comunidade e conversar sobre como isso ocorreu, como o bebê costumava dormir etc.
3. Peça para a prefeitura ou empresas de ônibus para colar os cartazes em pontos de ônibus, terminais e nos próprios ônibus.
4. Busque apoio para a divulgação nas rádios e jornais da sua cidade.
5. Peça licença para a prefeitura/polícia militar para distribuir os santinhos em locais públicos;
6. Organize pessoas em praças e shoppings para mostrar qual é a posição correta para os bebês dormirem;
8. Converse com os lojistas de materiais infantis e lojas femininas para colar o cartaz da campanha.
9. Converse com os diretores de escolas para incentivar os professores e alunos a debaterem o tema;
10. Procure os postos de saúde, equipes e agentes de saúde, converse com eles sobre a campanha e peça o apoio para que eles também distribuam os santinhos da
Campanha.
11. Faça uma visita nos hospitais e maternidades da sua cidade. Pergunte qual é a orientação que eles estão passando para as mães sobre a posição de colocar os bebês para dormir, entregue esse material e peça para colocar o cartaz da campanha. Juntos podemos ajudar a reduzir os casos de morte súbita infantil. E lembrem-se:
“dormir de barriga para cima é mais seguro”.
O santinho deve ser incorporado às Cartelas Laços de Amor e entregue quando o bebê nascer (junto com as cartelas 10 e 11). No futuro, quando acabar o estoque dos Laços de Amor já impressos (provavelmente no próximo ano), este santinho já virá com as cartelas.

Março 2009 - nº 45
Desnutrição
X
Obesidade
Líder, nessas dicas vai conversar um pouco sobre desnutrição e obesidade em crianças.

• Em relação à criança desnutrida, a nova recomendação é que se ela estiver desnutrida após os 2 anos de idade, deve ganhar peso, mas sem subir acima da linha da desnutrição.

• Pesquisas indicam que, se essa criança ganhar peso acima dessa linha, ela pode se tornar um adolescente ou adulto obeso, além de ter mais chances de desenvolver diabetes, pressão alta e problemas no coração. É importante que ela não ultrapasse a linha da desnutrição e que para isso, tenha uma alimentação saudável.

• Uma alimentação saudável é a chave para que as crianças ganhem peso de maneira equilibrada e não se tornem obesas.

Da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança Às Coordenações de Ramo, Setor, Área, Núcleo,
Grandes Metrópoles e Estadual. O fundamento dessa nova recomendação é o seguinte:

• até os dois anos, uma criança desnutrida recupera peso e altura;

• depois dos dois anos, a criança já estabeleceu um canal de crescimento. Isso significa que ela vai crescer mas não conseguirá recuperar mais a altura (vai ficar mais baixinha do que seria se não fosse desnutrida antes dos dois anos); Por exemplo: uma criança com boas oportunidades de crescimento (bom peso ao nascer, aleitamento materno, dieta adequada, atendimento médico adequado/vacinas) teria uma mediana de altura de 87 cm aos dois anos; com a mesma idade, uma criança mediana de países subdesenvolvidos teria 82 cm (5 centímetros a menos). Entre dois e
cinco anos, ambas as crianças crescem igual, ganhando 22 a 23 cm. Com isso, a criança com oportunidades chegaria aos 110 cm aos 5 anos; com a mesma idade, uma criança mediana da América Latina e Caribe teria 104 cm (6 centímetros a menos). Em resumo: com ou sem Pastoral da Criança, as crianças entre 2 e 5 anos ganharão 22 centímetros, mas se a Pastoral da Criança acompanhar as crianças desde o ventre materno, essas não perderão 5 centímetros antes dos dois anos.

• E embora a criança não recupere altura depois dos dois anos, ela pode ganhar mais peso, ficando com muito peso para sua altura e tendo maiores chances de se tornar obesa. Uma criança desnutrida deve ser recuperada antes dos dois anos de vida. Depois disso, deve ganhar peso acompanhando a curva, mesmo que permaneça desnutrida. Então, como devemos acompanhar o crescimento dessas crianças? O crescimento dessas crianças deve ser acompanhado avaliando se sua curva não está subindo demais. O ideal é que sua curva acompanhe lado a lado as linhas do gráfico (ver exemplo na página ao lado). No exemplo a seguir, a criança continua desnutrida mas está ganhando peso o suficiente para acompanhar a curva (sua curva está paralela a curva do gráfico). Neste outro exemplo, a criança estava desnutrida mas ganhou mais peso que o necessário, subindo na curva. Esta criança corre o risco de ter muito peso para seu tamanho e se tornar obesa na adolescência ou na idade adulta.
DICAS é um informativo técnico dirigido às Equipes de Coordenação da Pastoral da Criança. Se tiver alguma sugestão de tema ou dúvida, escreva para:
Coordenação Nacional da Pastoral da Criança Rua Jacarezinho, 1691 • Curitiba - PR • 80810-900
Fone: (41) 2105 0250 • Fax: (41) 2105-0201 • E-mail: pastcri@pastoraldacrianca.org.br

Impresso com o apoio da:
Existem alguns métodos para verificar se o peso da criança está proporcional a sua altura. A Pastoral da Criança está testando alguns destes e, com o tempo, irá propor um jeito que ajude as líderes a identificar crianças muito pesadas para sua altura. Enquanto isso, os líderes podem avaliar as crianças com base no bom senso: a criança parece magra? Embora esteja com peso bom para a idade, a criança parece gordinha porque é baixinha? E como evitar que crianças, desnutridas ou não, se tornem obesas?

• Sempre incentivar uma alimentação saudável, baseada em frutas, verduras, legumes, cereais, feijão, carnes magras, etc;

• Incentivar que as crianças brinquem muito, para gastar energia e evitar que aumente muito seu peso.

• Evitar uma alimentação calórica, rica em pães, massas, biscoitos, salgadinhos, doces, refrigerantes, açúcar, pois esses alimentos provocam o aumento do peso da criança, podendo torná-la obesa. Para que todas as crianças tenham vida em abundância, a Pastoral da Criança precisa iniciar o acompanhamento das crianças muito antes dos dois anos de vida: desde a gestação.

Bom trabalho a todos!


Márcia Mendes Mamede
Caroline Dalabona
Nelson Arns Neumann
FONTE: www.pastoraldacrianca.org.br
       


CASA ABERTA DA PASTORAL DA CRIANÇA

Mais que um espaço físico, a Casa Aberta da Pastoral da Criança reflete o gesto de abrir suas portas para as pessoas poderem conhecer o trabalho realizado com as famílias das comunidades acompanhadas.
A ideia é mostrar aos interessados em realizar um trabalho voluntário como funciona a instituição, seus objetivos, suas atividades, seu carisma e seus resultados. Desta forma, os voluntários podem ter uma visão do todo e saber onde podem contribuir com suas experiências, dons, habilidades ou mesmo recursos materiais ou financeiros, dependendo das necessidades da Pastoral da Criança. "Há diversidade de dons, mas um só Espírito. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor. Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum." (1 Cor 12, 4-7)
Portanto, a Casa Aberta da Pastoral da Criança é um importante instrumento para conquistar mais voluntários e ampliar suas equipes. Preparando um evento mais consistente também evita que a todo instante a rotina de trabalho seja interrompida por uma visita.

  • QUEM PODE ORGANIZAR A CASA ABERTA: Coordenações estaduais, de grandes metrópoles, de setor, ramo e comunitária que procuram por novos voluntários e colaboradores para a Pastoral da Criança.

  • ONDE ORGANIZAR: De preferência num ambiente da Pastoral da Criança, na sede da coordenação. Se não houver espaço, mas pode ser feita numa sala da paróquia, da escola ou de outro local disponível na comunidade que tenha espaço para dispor painéis, cadeiras, uma TV e um videocassete. O importante é que esse lugar seja fixo e de fácil acesso para atualizá-lo os dados frequentemente e receber as pessoas interessadas em conhecer o trabalho.
  • COMO ORGANIZAR A CASA ABERTA: As informações e os dados da Pastoral da Criança devem ser dispostos numa sequência lógica, escritos em cartolina ou outro papel, fixados em paredes ou murais. Letras grandes e pouco texto garantem melhor visualização. Uma sugestão é usar a sequência da apresentação da página da Pastoral da Criança da internet - como nasceu a Pastoral da Criança, missão, estrutura, onde e como atuam os líderes, quem atendemos etc. O Jornal de Apresentação da Pastoral da Criança, aquele que sai anualmente, também pode servir de modelo. É bom incluir fotografias de líderes fazendo visitas, do dia da Celebração da Vida, das reuniões dos líderes e da realidade das famílias acompanhadas. É importante mostrar a abrangência nacional da Pastoral da Criança e a abrangência do local, como número de famílias, crianças e gestantes acompanhadas, comunidades, líderes atuantes, etc. É bom deixar exposto um exemplar de cada material da Pastoral da Criança para uso exclusivo na Casa Aberta: Guia e o Caderno do Líder, FABS, colher do soro caseiro, balança, Cartão da Criança, Laços de Amor, os 10 Mandamentos para a Paz na Família, o Jornal da Pastoral da Criança, os vídeos e o programa de rádio Viva Vida. As ações complementares - EJA, Controle Social ou Brinquedos e Brincadeiras, bem como as ações opcionais - Comunicadores Populares e Geração de Renda, se existirem no local, também precisam ter suas informações à mostra, se possível com materiais e fotos.
  • COMO DIVULGAR A CASA ABERTA: Aproveitando as reportagens e campanhas da Pastoral da Criança, bem como as rádios locais. A propaganda de boca-em-boca também é útil e para isso você pode contar com párocos, pastores, catequistas, líderes e outros que já conhecem os trabalhos realizados nas comunidades.Podem ser distribuídos folhetos nas missas, nos postos de saúde, nas escolas, creches e em outros pontos principais da cidade. Fixar cartazes nos postes e nos pontos de ônibus também pode ajudar. Além do telefone para contato, esses materiais precisam ter um chamado carinhoso que cative as pessoas, por exemplo, PASTORAL DA CRIANÇA - DE CASA E CORAÇÃO ABERTOS PARA VOCÊ!
  • COMO PROGRAMAR AS APRESENTAÇÕES: A presença do coordenador é importante, mas para não sobrecarregá-lo, ele pode preparar pessoas da sua equipe para fazer as apresentações, alguém que conheça bem a missão da Pastoral e que tenha facilidade de comunicação.É bom deixar reservado pelo menos um dia da semana para a Casa Aberta (por exemplo, todas as quartas-feiras, as 18 horas ). Algumas pessoas, devido ao trabalho e ao estudo, só podem à noite ou no sábado. A equipe deve se programar da melhor forma possível para atender a todos os interessados.O tempo ideal de apresentação da Casa Aberta é de 1 hora e 30 minutos. O número ideal de participantes em cada apresentação é 10, para que o coordenador possa dar atenção de qualidade a todos os participantes. Se houver mais inscrições, a coordenação pode marcar visitas em horários diferentes, dependendo da disponibilidade de todos. Já no primeiro contato, informar a data da apresentação e o tempo de duração. É bom anotar o nome, telefone ou endereço da pessoa interessada, para entrar em contato futuramente. Seja pessoalmente ou por telefone, o primeiro contato deve ser caloroso pois será decisivo na conquista do voluntário.

DICAS PARA APRESENTAR A CASA ABERTA
  • Começar a apresentação na hora programada. Não é bom deixar as pessoas esperando, pois isso pode demonstrar falta de organização.
  • Receber as pessoas com alegria, fazendo uma dinâmica rápida de apresentação.
  • Apresentar o vídeo "A Festa da Vida" e ao final deixar 5 minutos para comentários.
  • Explicar os painéis com calma e esclarecer dúvidas.
  • É importante que os participantes se sintam à vontade para fazer perguntas, mas cuidado para não se alongar nas respostas.
  • Deixar os participantes manusearem os materiais expostos, mas não devem levar nenhum exemplar, pois são de uso exclusivo de coordenadores e lideres da Pastoral da Criança.
  • Ao final da apresentação, o voluntário pode assinar o livro de presença.

FIRMANDO COMPROMISSO

Se o participante continuar interessado, programar visita a uma comunidade de acordo com o calendário de atividades local.
Depois de conhecer bem o trabalho, se o voluntário aceitar realmente se engajar na Pastoral da Criança, explicar sobre a Lei do Serviço Voluntário e o Termo de Adesão, pedindo que assine o Livro Ouro.
Se a pessoa deixar para decidir mais tarde se quer ou não se tornar um voluntário, não deixar passar um período muito longo para estabelecer novo contato com ela.

É importante fazer com que o voluntário inicie logo suas atividades e que se crie uma rotina de trabalho dele na equipe. Inclusive a equipe também precisa ser preparada para receber com carinho o novo integrante.


 
CASA ABERTA X PLANEJAMENTO
A Casa Aberta também pode ser vista como um instrumento de apoio ao planejamento de atividades. A coordenação e sua equipe podem se reunir em torno dela para VER melhor a realidade, PENSAR sobre ela, identificar as fragilidades, AVALIAR as estratégias utilizadas, AGIR para superar os obstáculos, planejar novas estratégias e CELEBRAR as conquistas já alcançadas.
Mônica Flügel Hill


PREVENINDO A ANEMIA

Anemia é diferente de desnutrição. Crianças desnutridas podem ter anemia, mas crianças com anemia não precisam necessariamente estar desnutridas.
A anemia deixa as pessoas desanimadas, com baixa resistência às doenças e prejudica o crescimento e desenvolvimento das crianças.
Existem diferentes tipos de anemia. A mais comum ocorre principalmente pela falta de ferro no organismo, causada pela má qualidade da alimentação e pelo baixo consumo de alimentos ricos em ferro.
O ferro é um nutriente essencial para ajudar o sangue a levar o oxigênio do ar até as nossas células, fornecendo "energia". Isso faz o nosso coração bater, os olhos piscarem, as mãos pegarem, os braços abraçarem e assim por diante.
O ferro dos alimentos é melhor absorvido quando consumido com outros alimentos ricos em Vitamina A e C. Portanto, construir hábitos alimentares saudáveis diminui as chances de aparecer a anemia por falta de ferro.
Reunir a comunidade através da realização de RODAS DE CONVERSA é uma ótima oportunidade para que a as famílias possam discutir sobre a anemia por falta de ferro e buscar soluções conjuntas que melhorem a qualidade da alimentação das famílias.
É um trabalho que exige diálogo, compromisso e relacionamento entre as pessoas. Isso é muito importante para a busca de atitudes mais positivas diante dos problemas.

  • ORGANIZANDO A RODA DE CONVERSA NA COMUNIDADE
Os próprios coordenadores comunitários e líderes podem organizar uma roda de conversa sobre esse tema. A reunião pode acontecer na escola, na paróquia ou nos locais onde já acontecem outras reuniões da comunidade.
As famílias podem ser convidadas durante as visitas domiciliares, no dia da Celebração da Vida ou em outros momentos de encontro. É importante convidar pessoas que trabalham na área de saúde e também da área social e de educação, conselheiros municipais, líderes religiosos católicos e não católicos, catequistas, representantes de associações locais e de outras pastorais e movimentos.
Para ajudar na discussão do tema, vocês contam com os seguintes materiais:
1. Este DICAS de nº 38;
2. Artigos da sessão APRENDENDO MAIS dos jornais 109 e 116 (Novembro de 2005 e Junho de 2006);
3. Artigo na seção ESPAÇO DO LÍDER do jornal nº 117 (Julho de 2006)
4. Artigo na seção CIDADANIA do jornal nº 119 (Setembro de 2006).
É importante que coordenadores e líderes estudem estes materiais antes de realizar a reunião. Eles também estão disponíveis no site www.pastoraldacrianca.org.br – Publicações.

  • PRIMEIRO MOMENTO - APRESENTAÇÃO DO TEMA: VER

Depois do acolhimento e da apresentação dos participantes, o coordenador, o líder ou outra pessoa designada para coordenar a reunião explica o objetivo do encontro, o tempo de duração (máximo 2 horas) e verifica quem vai se responsabilizar pela anotação das questões que forem levantadas.
Para iniciar a conversa, o coordenador pode fazer a leitura da capa deste DICAS e do Aprendendo Mais do jornal nº 109 e do nº 116. Ao término, os participantes podem conversar sobre o tema guiados pelas seguintes perguntas:
  • Como os bebês de até os 6 meses são alimentados na comunidade?
  • Como é a alimentação das crianças depois que elas deixam de ser amamentadas?
  • Como é a alimentação das gestantes da comunidade?
  • Que dificuldades elas enfrentam para ter uma alimentação rica em ferro?

  • SEGUNDO MOMENTO - REFLEXÃO SOBRE O TEMA: JULGAR

Depois de ver a realidade é importante que o grupo busque entender melhor as causas da anemia. Os artigos da seção ESPAÇO DO LÍDER do jornal nº 117 e da seção CIDADANIA do jornal nº 119 podem ser lidos e as perguntas a seguir podem ajudar na discussão.
  • Por que as mães da comunidade não estão amamentando seus bebês só no peito até os 6 meses de idade?
  • Quais os alimentos disponíveis na comunidade que são ricos em ferro, vitamina A e C?
  • Onde, na comunidade, podem ser encontrados esses alimentos mais frescos e baratos?
  • Quais as dificuldades das famílias terem acesso a alimentos ricos em ferro e Vitaminas A e C?
  • TERCEIRO MOMENTO - COMPROMISSOS PARA A AÇÃO
De posse das anotações, a próxima etapa é planejar as ações e os compromissos de cada um. O texto e as perguntas a seguir podem ajudar.
Crianças menores de 2 anos e gestantes são as que mais têm da anemia. Por isso o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Suplementação de Ferro para prevenir a anemia por falta de ferro. Todas as crianças entre 6 e 18 meses e gestantes a partir da metade da gestação (20ª semana), devem receber sulfato ferroso, que é distribuído através das Unidades Básicas de Saúde.
1. O que nossa comunidade pode fazer para prevenir e combater a anemia?
2. Que ações podem facilitar o acesso das famílias a alimentos ricos em ferro, vitamina A e C?
3. Como ajudar as famílias a prepararem uma alimentação mais saudável?
4. Como informar as famílias com gestantes e crianças entre 6 e 18 meses sobre o direito de receber o sulfato ferroso?
5. Como podemos nos organizar para colocar em prática todas essas ações?
6. Quem mais pode ajudar?
7. Quando nos reuniremos novamente para avaliar nossas atividades?
É importante sair da reunião com uma lista de ações definidas e os responsáveis por cada uma delas.
Não é objetivo da Pastoral da Criança que os líderes e coordenadores assumam as ações propostas na RODA DE CONVERSA. Eles são voluntários e já fazem sua parte visitando e orientando as famílias nas ações básicas de saúde. Por isso são convidadas para essas reuniões outras pessoas chaves da comunidade, para que somem esforços e, juntos conosco, possam fazer diferença.
CELEBRAR
Para celebrar o compromisso de todos, pode-se fazer uma oração, um canto ou a leitura da Bíblia. Celebrando juntos, ganhamos mais força, sentimos que não estamos só e que Deus está entre nós!
Katiuscia Dier Francisco
Nutricionista
Sônia Beatriz Scharam
Enfermeira
Monica Flügel Hill
Psicóloga



Julho de 2003
Epilepsia é possível tratar
A pessoa com epilepsia sofre um grande preconceito. Não consegue se inserir na comunidade, nos grupos sociais e, muitas vezes, não consegue constituir família ou até conseguir um emprego. E quando consegue, logo é dispensado por causa das crises.
O portador de epilepsia que não tem as crises controladas tem uma qualidade de vida muito ruim, com um número alto de internações hospitalares por causa das crises ou por consequência dos traumas que ela provoca.
É importante que a comunidade saiba que a epilepsia pode ser tratada e controlada, para que o seu portador deixe de ser vítima de preconceito e que possa ter uma melhor qualidade de vida.
Como os líderes da Pastoral da Criança se deparam com vários casos de epilepsia em suas comunidades, esse tema pode ser discutido nas Reuniões para Reflexão e Avaliação e em uma das Pequenas Rodas de Conversa deste ano.
Para a Pequena Roda de Conversa sobre Epilepsia é bom convidar representantes de outras pastorais e entidades que atuam na própria comunidade, profissionais de saúde, da área social, de educação, bem como os representantes dos conselhos municipais do município. Assim as discussões ficarão mais ricas e aparecerão mais ideias e propostas para encaminhar ou resolver as dificuldades do portador de epilepsia.
Para ajudar a organizar as discussões nas Pequenas Rodas de Conversa sobre Epilepsia você pode consultar os seguintes materiais de apoio:
1. Este DICAS sobre EPILEPSIA, de número 23;
2. O artigo na sessão aprendendo mais do Jornal da Pastoral da Criança n.º 83 de Setembro/03, com o título "EPILEPSIA - É POSSÍVEL TRATAR".
3. Programa de Rádio Viva a Vida n.º 621, a ser veiculado na semana entre 25 a 31 de agosto/03.
4. Dicas sobre as Orientações para as Pequenas Rodas de Conversa de n.º 18.
Realizando a Pequena Roda de Conversa sobre EPILEPSIA
É importante escolher um coordenador para a reunião e um secretário para anotar as principais ideias que surgirem do grupo. A reunião pode ser iniciada com a leitura e comentários da capa destas DICAS.
  • Primeiro Momento: Apresentação do Tema (VER)
Depois do Acolhimento, convide as pessoas a lerem e comentarem o texto do Evangelho de Marcos 16, 15 e 20: "Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda a criatura!... Os discípulos então saíram e pregaram por toda a parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio de sinais que a acompanhavam."
Outras perguntas podem ajudar nesse primeiro momento:
1. O que é Epilepsia?
2. Quais são suas causas?
3. Quais os principais problemas na vida do portador de epilepsia?
Para ajudar na conversa, o grupo pode ler o texto sobre Epilepsia na sessão "Aprendendo Mais" do Jornal da Pastoral da Criança n.º 83, de setembro de 2003.
  • Segundo Momento: Reflexão sobre o Assunto (JULGAR)
Depois de VER, é importante refletir sobre como é a situação do portador de epilepsia nos dias de hoje. A leitura do texto abaixo pode ajudar na discussão:
O que as pessoas pensam sobre a Epilepsia?
A epilepsia é uma condição desconhecida da população. Mesmo na área médica existem muitas dúvidas a seu respeito.
As pessoas com epilepsia costumam se esconder. Preferem não assumir que têm epilepsia e assim não se tratam de maneira correta. Pior ainda, muitos não sabem que têm epilepsia e suas crises são vistas como más influências ou possessões do demônio. Essas pessoas acabam sendo encaminhadas a igrejas e cultos místicos para serem "curadas".
Não conseguindo a cura, ela acaba sendo isolada em sua residência, deixando de trabalhar e fazendo com que outro membro da família também deixe de fazer suas coisas para poder ajudá-la. A pessoa deixa de participar de atividades sociais e se torna sozinha, triste, com baixa auto-estima e muitos problemas afetivos.
O Tratamento da Epilepsia
A epilepsia pode ser tratada com quatro medicamentos antiepilépticos, encontrados na rede básica de saúde: Carbamazepina, Fenitoína, Fenobarbital e Ácido Valpróico. O tratamento pode ser feito por qualquer médico capacitado no assunto, assim como ocorre com a pressão alta hoje em dia. O problema é que poucos médicos, geralmente só os psiquiatras e os neurologistas, é que cuidam dessas pessoas. Assim, não há como se atender a todos os pacientes com epilepsia.

Os problemas no Tratamento da Epilepsia
Alguns estudos sobre epilepsia mostram que nos países em desenvolvimento somente 30% dos pacientes recebem o tratamento adequado. Ou seja, a maioria não recebe tratamento adequado.
Num estudo realizado em Campinas, estado de São Paulo, a medicação distribuída nos centros de saúde do município no ano de 2001 foi suficiente para somente metade das pessoas com epilepsia.
Para a discussão desse segundo momento, algumas perguntas podem ajudar:
1. Como está o atendimento de pessoas com Epilepsia no nosso município?
2. Existe medicação gratuita? Está sendo distribuída regularmente?
3. As pessoas com epilepsia que conhecemos estão tendo acesso ao trabalho?
4. Como é o relacionamento dessas pessoas com os seus familiares e com a comunidade?
5. As crianças com epilepsia frequentam a escola? Como são tratadas pelos colegas e pela Escola?
6. Existe alguma ação de prevenção da epilepsia no município?
Depois da leitura pode-se discutir com o grupo o que cada um entendeu e quais são as dúvidas. É importante anotar os principais comentários e conclusões que surgirem dessa conversa.
  • Terceiro Momento: Compromissos para Ação (Agir e Avaliar)
Muitos participantes devem conhecer pessoas com epilepsia, porém nunca tinham pensado na possibilidade de melhorar sua qualidade de vida, por desconhecimento desta condição. Também vão surgir pessoas que, isoladamente, já tentaram fazer alguma ação nesse sentido.
É importante saber que existem organizações que já fazem algo pelos portadores de epilepsia. A Organização Mundial da Saúde, a Liga Internacional contra Epilepsia e a Associação Internacional contra Epilepsia, iniciaram em 1997 uma Campanha Mundial contra Epilepsia chamada "Epilepsia fora das Sombras".
Esta campanha está acontecendo também no Brasil, sob a coordenação do Projeto Assistência à Saúde de Pacientes com Epilepsia - ASPE. Esse projeto tem a missão de promover a saúde e melhorar a qualidade de vida das pessoas com epilepsia.
Dentre as várias atividades desenvolvidas, existem ações que vão desde conhecer melhor as necessidades das pessoas com epilepsia, até cursos de capacitação para médicos da rede básica de saúde para trabalhar com essas pessoas.
Mas a comunidade também pode contribuir muito. Veja a seguir alguns exemplos:
Ø  A Contribuição da Comunidade
É muito importante que haja uma mobilização social, a fim de cobrar dos nossos representantes no Governo que melhorem o atendimento da pessoa com epilepsia.
Há necessidade que as pessoas conheçam mais sobre epilepsia, saibam de suas causas e de como é fácil o seu tratamento. Conhecendo mais sobre esta condição, as pessoas não teriam medo quando presenciassem uma crise, e o preconceito em relação à epilepsia seria reduzido, tornando bem mais fácil a vida de seu portador.
  •   O Papel dos Líderes Comunitários
Os líderes comunitários têm um papel muito importante pois são as pessoas que levam as idéias para frente e são exemplo para toda a comunidade.
Se sua reação diante de uma crise convulsiva for de medo, aqueles que a presenciaram vão reagir da mesma forma quando se virem numa situação semelhante.
Assim, é importante que o conhecimento sobre a epilepsia seja comunicado em rodas de amigos, em grupos religiosos, em todas as oportunidades de reuniões com outras pessoas da comunidade, para que o medo e o preconceito se acabem.
O que fazer quando não há um atendimento adequado à saúde da pessoa com epilepsia no município?
Os representantes de movimentos comunitários podem verificar qual é a política de atendimento dessas pessoas junto à Secretaria Municipal de Saúde.
Não existindo um consenso sobre o que deve ser feito, podem sensibilizar o Secretário de Saúde sobre o problema, lembrando que 1,8% da população sofre de epilepsia no Brasil e que 70% das pessoas tratadas adequadamente deixariam de ter crise e poderiam levar uma vida normal e de boa qualidade.
Ainda se podem sugerir cursos de capacitação para a equipe de saúde e que se tenha o cuidado para que a medicação antiepiléptica não falte nos postos de saúde.
Podem-se promover palestras sobre o que é epilepsia em escolas e centros comunitários, alertando a população sobre o quanto seria benéfico se os pacientes fossem tratados adequadamente, podendo voltar a participar da vida em comunidade.
Agora, frente ao que foi discutido no momento do VER e JULGAR vai verificar como podemos AGIR, respondendo a essas perguntas:

1. O que podemos fazer para ajudar os portadores de epilepsia a terem uma vida melhor na nossa comunidade?
2. Quem ou que instituição vamos procurar para pedir mais ajuda?
3. Que propostas podem ser levadas à Secretaria de Saúde?
4. Como vamos dividir as tarefas a serem executadas?
5. Quando nos reuniremos novamente para avaliar o que já foi feito e planejarmos outras ações?
É importante sairmos da reunião com uma lista de ações definidas e os responsáveis por cada uma delas. Encerra-se a reunião com um canto ou um a leitura bíblica.

O acompanhamento de crianças na comunidade



A Pastoral da Criança acredita que a família é a principal promotora do desenvolvimento de suas crianças e é a primeira e mais influente educadora.
É através das relações com a mãe e com todos os membros da família que a criança começa a formar uma boa imagem de si mesma, sentir-se membro de um grupo, capaz de aprender e de compreender o mundo.
A Pastoral da Criança trabalha diretamente com as famílias, justamente para ensiná-las a cuidar melhor de suas crianças. Esta é a sua missão. Por isso, não pode assumir tarefas que devem ser realizadas por creches, pré-escolas ou outras instituições do governo.
Por outro lado, para garantir que todas as famílias e crianças tenham acesso à saúde, à educação e ao bem-estar, a Pastoral trabalha em parceria com as instituições que existem na comunidade.
Este DICAS pretende dar algumas orientações sobre como a Pastoral da Criança pode acompanhar as crianças que frequentam as creches e como trabalhar em conjunto com os Agentes Comunitários de Saúde.
A vocação dos líderes da Pastoral da Criança é, principalmente, multiplicar o saber e a solidariedade. Para tanto, desenvolve três atividades que são muito importantes: as Visitas Domiciliares às famílias, o Dia da Celebração da Vida e as Reuniões para Reflexão e Avaliação entre os líderes da comunidade. Essas atividades são mensais e caracterizam o trabalho da Pastoral da Criança.
  •  MAS COMO ACOMPANHAR CRIANÇAS QUE FREQUENTAM A CRECHE?
Coordenadores e líderes sabem que o espaço de trabalho da Pastoral da Criança é a COMUNIDADE. Sabem também que, para realizar um trabalho de qualidade nessas comunidades, a proposta é que cada líder acompanhe, no máximo, 15 crianças.
A creche, assim como qualquer outro local da comunidade, pode servir de espaço para as pesagens das crianças, desde que:

1. O dia e o horário escolhido para a Celebração da Vida possibilitem a presença de uma pessoa da família das crianças que estão na creche;
2. Quando as famílias estão reunidas para pesar as crianças e celebrar a vida, elas percebem que algumas dificuldades são comuns e podem ser divididas com outras pessoas;
3. Todas as tarefas realizadas na organização do Dia da Celebração da Vida sejam previamente combinadas entre os líderes e a direção da instituição, no caso, a creche;
4. Para acompanhar todas as crianças da creche, é preciso ter líderes capacitados suficientes. Por isso, é importante que o coordenador paroquial e/ou comunitário se empenhe em procurar mais líderes na comunidade.
Mesmo na creche, o número de crianças cadastradas na Pastoral da Criança não deve ser maior do que 15 crianças por líder. Os casos mais urgentes devem ser priorizados.
O líder deve fazer a visita domiciliar mensalmente a todas as famílias das crianças cadastradas, para conversar sobre o peso, o crescimento e os demais indicadores do desenvolvimento de cada criança.
Somente na visita domiciliar mensal é que o líder consegue observar alguns indicadores de risco para a saúde da criança e se ela vive num ambiente que favorece o seu desenvolvimento.
Os líderes podem conversar sobre os problemas e as dificuldades das famílias que acompanham na REUNIÃO PARA REFLEXÃO E AVALIAÇÃO mensal. 
Esse é o momento de preencher a Folha de Acompanhamento e Avaliação das Ações Básicas de Saúde e Educação na Comunidade - FABS, estudar a situação de cada família acompanhada e verificar que outras ações podem ser feitas para ajudar as famílias no cuidado com seus filhos.
É preciso acompanhar também as mães dessas crianças da creche que são gestantes, para orientá-las sobre os cuidados na gestação e ajudá-las a ter uma boa gravidez.
Se a creche possui crianças que são de outras comunidades, é necessário que o coordenador paroquial verifique se há Pastoral da Criança nessas comunidades, para envolver seus líderes no acompanhamento. Se ainda não houver, é uma boa oportunidade para motivar essas comunidades a iniciarem a Pastoral da Criança.

"Quem recebe em meu nome uma criança, está me recebendo, disse Jesus."
Mateus 18, 5

  • COMO FICA O ACOMPANHAMENTO DAS CRIANÇAS PELOS LÍDERES QUE TAMBÉM SÃO AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE?
Há várias diferenças entre a proposta de trabalho dos líderes da Pastoral da Criança e a dos Agentes Comunitários de Saúde, uma vez que seus objetivos e clientela não são iguais.
Mas, em muitas comunidades, o Agente Comunitário de Saúde é também Líder da Pastoral. É preciso saber como realizar essas duas tarefas com qualidade, sem prejuízo para nenhuma das duas ações.
O líder da Pastoral da Criança acompanha até 15 crianças. Cada Agente Comunitário de Saúde acompanha em média 150 famílias. Nem todas essas 150 famílias possuem crianças. Mas, digamos que, entre as que acompanha, o agente, que também é líder, encontre por exemplo 80 crianças de 0 a 6 anos. O que fazer, se a Pastoral da Criança indica um máximo de 15 crianças por líder?
É preciso que o Coordenador Paroquial ou Comunitário converse com o líder para verem juntos quantas e quais dessas 80 crianças ele vai cadastrar na Pastoral da Criança. Os casos mais urgentes devem ser priorizados e um acompanhamento contínuo deve ser feito com essas famílias, mensalmente.
Para que todas as crianças de 0 a 6 anos atendidas pelo Agente Comunitário de Saúde possam ser acompanhadas também pela Pastoral da Criança, a Coordenadora Paroquial e a Coordenadora Comunitária precisam se empenhar em achar outros líderes nessa comunidade.
Enquanto isso não acontece, mesmo que o líder, como Agente Comunitário de Saúde, tenha cadastrado 80 crianças, é importante contabilizar no Caderno do Líder e na FABS somente as 15 crianças que ele, líder, tem capacidade de acompanhar.
Este acompanhamento significa: fazer a Visita Domiciliar da Pastoral da Criança, reunir as famílias para a Celebração da Vida e participar das Reuniões para Reflexão e Avaliação para conversar com outros líderes sobre a situação das famílias das crianças que acompanha.
  • PARA REFORÇAR NOSSA CONVERSA, VAMOS LEMBRAR ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO LÍDER DA PASTORAL DA CRIANÇA?
  • É voluntário e mora na própria comunidade onde atua ou muito próximo a ela,
  • Conhece a realidade da comunidade,
  • Tem disponibilidade para desenvolver 3 atividades mensais: a visita domiciliar, o Dia da Celebração da Vida e as reuniões para reflexão e avaliação,
  • Recebe capacitação inicial de 40 horas no Novo Guia do Líder,
  • Participa do processo de formação contínua (oficinas de aperfeiçoamento, reuniões etc.)
  • Sabe ouvir, observar, acatar e sorrir,
  • Pode acompanhar até 15 crianças de famílias vizinhas,
  • Como o Bom Pastor, "conhece as suas ovelhas e elas o seguem porque conhecem a sua voz",
  • Ajuda na organização da comunidade e promove a cidadania,
  • Pratica as seguintes ações básicas:
  • Evangelização das famílias
  • Acompanhamento da gestante
  • Incentivo ao Aleitamento Materno e Pré-natal
  • Acompanhamento do desenvolvimento e vigilância nutricional
  • Incentivo à imunização e controle das doenças diarreicas pelo soro caseiro
A Pastoral da Criança, quando une esforços em benefício das famílias, com certeza, está melhorando a qualidade de seu trabalho. Isto traz resultados concretos de fé PARA QUE TODOS TENHAM VIDA EM ABUNDÂNCIA.
"Em qualquer casa onde entrarem, digam primeiro: a paz esteja nessa casa."
Lucas, 10, 5
  • Segurança Alimentar e Nutricional: um conceito a ser posto em prática, um direito a ser conquistado






Ter uma família bem alimentada e bem nutrida é a preocupação de todos. Sabemos que a alimentação e a nutrição sofrem a influência de vários fatores e que provocam uma série de efeitos sobre o corpo humano, muitas vezes resultando em doenças.
Este Dicas tem por objetivo ajudar as coordenações da Pastoral da Criança na discussão dos principais problemas nutricionais no Brasil, a entender melhor o conceito de Segurança Alimentar e Nutricional e saber como a Pastoral da Criança está trabalhando com esse tema.
  • OS PROBLEMAS NUTRICIONAIS NO BRASIL
Os problemas nutricionais no Brasil são causados tanto pela falta como pelo excesso de nutrientes, como calorias (energia), açúcares, gorduras, proteínas, vitaminas e sais minerais.
ü   
  • Doenças da falta:
A pobreza e a miséria são problemas que afetam grande parte da população do nosso país. Elas trazem consigo uma série de doenças que são causadas pela falta de nutrientes necessários para o bom funcionamento do nosso corpo. Esta falta de nutrientes é causada pela pouca quantidade e má qualidade da comida que comemos.
Essas doenças são chamadas de "doenças carências". As mais comuns são desnutrição, anemia, falta de Vitamina A e falta de Iodo. Elas acontecem normalmente junto com pneumonias, bronquites, parasitoses, diarreias e outras, que agravam ainda mais o estado de saúde das pessoas afetadas.
As doenças da falta estão ligadas a problemas maiores, como: concentração de renda, desemprego, pouca escolaridade, dificuldades de acesso aos serviços de saúde e outros. Esses problemas aumentam a marginalização, a pobreza e o enfraquecimento da cidadania.

Esta falta de nutrientes acontece em todas as classes sociais. Muitas pessoas com boa renda se alimentam pouco para ficar magras, ou ainda, embora tendo acesso à comida em quantidade suficiente, se alimentam mal.
  • Algumas más práticas alimentares são:
  • Preferência por lanches rápidos e comidas gordurosas (hambúrger, cachorro-quente, batata frita, salgadinhos industrializados, refrigerantes, sucos artificiais)
  • Baixo consumo de alimentos naturais e integrais;
  • Opção por uma comida monótona e sem variedade de nutrientes, como macarrão, arroz e batata numa mesma refeição.
  • ü  Doenças do excesso:
As campanhas de vacinação em massa, a melhoria do saneamento básico (água encanada, esgoto encanado, coleta de lixo) e o avanço de pesquisas para o desenvolvimento de remédios, principalmente antibióticos, vêm diminuindo os casos de infecções, como a pneumonia, as parasitoses (vermes) e também as mortes causadas por estas doenças no Brasil.
Essas medidas de prevenção e tratamento das doenças trouxeram como resultado uma melhoria nas condições de vida da população. Por isso, estando mais protegidas das doenças, as pessoas estão vivendo mais tempo.
  • Outras mudanças significativas vêm ocorrendo na sociedade, como:
  • A concentração de pessoas nas cidades;
  • Crescimento das indústrias, gerando novas formas de trabalho e novos tipos de produtos de consumo;
  • A diminuição do esforço nas atividades do trabalho e do lar, pela utilização de máquinas e aparelhos eletrodomésticos;
  • A diminuição da atividade física no lazer, principalmente pelo crescente uso da televisão.
  • O aumento do tabagismo e do alcoolismo, associados aos fatores anteriores, fizeram com que houvesse uma mudança no estilo de vida das pessoas.
O aumento do tempo de vida, a mudança de hábitos e o stress fez aparecer um grupo de doenças que vai afetando lentamente o corpo, durante um período longo e provocando mudanças que podem não ter recuperação.
Por causa destas características, essas doenças são chamadas de "crônicas não transmissíveis". Elas aparecem especialmente entre os adultos e os mais idosos. As principais doenças são a obesidade, o câncer, diabetes, doenças do coração e da circulação (pressão alta, derrame, infarto).
A qualidade da alimentação das pessoas também mudou muito. O consumo excessivo de gorduras animais e de proteínas, o aumento do consumo de produtos químicos presentes nos alimentos industrializados e, por fim, o excesso de calorias facilita o aparecimento de muitas doenças crônicas não transmissíveis.
No Brasil, estão presentes tanto as doenças devido à falta de alimentos e nutrientes quanto aquele que ocorrem pelo excesso deles ou pelo hábito alimentar não saudável.

Ø  IMPORTANTE!
A convivência dos dois tipos de doenças (da falta e do excesso) mostram uma situação de insegurança alimentar e nutricional na população brasileira.
Estar atento a esta questão é estar preocupado com qualidade de vida. Ter qualidade de vida é um direito de todo o cidadão!
Ø  SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL: A EVOLUÇÃO DO CONCEITO
No início do século passado, a segurança alimentar estava ligada à preocupação com as dificuldades de alimentar a população em caso de guerras ou dificuldades econômicas.
No Brasil, na década de 80, a segurança alimentar era uma preocupação com a quantidade de alimentos produzidos pelo país e sua capacidade de abastecer a população. Essa ideia foi se ampliando e passou a incorporar outros aspectos, como o acesso aos alimentos, tanto por questão de distância física, como por renda e poder de compra;
  • A distribuição e posse da terra. Existem terras cultiváveis suficientes para alimentar a população, porém grande parte delas está concentrada nas mãos de poucos e não são utilizadas para a produção de alimentos básicos, como o arroz e o feijão;
  • A preocupação com o aumento ou surgimento de doenças carências, como a anemia, e doenças crônicas como a hipertensão e a diabetes;
  • A qualidade dos alimentos desde a produção até o consumo: higiene, maneira de preparar (sem desperdiçar ou perder por falta de conservação), uso de produtos químicos, composição de nutrientes, qualidade das embalagens, etc;
  • A divulgação de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis, como a prática de atividade física.
Outro componente importante do conceito da Segurança Alimentar e Nutricional é a sustentabilidade, que significa a capacidade de promover a satisfação das necessidades alimentares da população, sem que haja sacrifício dos recursos naturais (água, terra, ar e matas). Pela sustentabilidade se torna possível a preservação das condições ecológicas que garantem a disponibilidade de alimentos para as futuras gerações.
Hoje, a Segurança Alimentar e Nutricional está ligada diretamente às lutas contra a fome em todo o mundo. A alimentação em quantidade e qualidade adequadas é um direito de todos Portanto, Segurança Alimentar e Nutricional significa:
  • Garantir a todos, condições de acesso a alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo assim para uma existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana."
A Segurança Alimentar e Nutricional no nível local são conseguida quando a família consegue garantir durante todo o ano, uma quantidade suficiente de alimentos de boa qualidade, assegurando que todos os seus membros possam se manter com saúde.
Ø  A Segurança Alimentar e Nutricional no nível familiar têm como enfoque:
  • A renda da família, que interfere diretamente no acesso aos alimentos;
  • A utilização dos produtos regionais para a alimentação (Alimentação Enriquecida), interferindo no custo e na qualidade da alimentação; a forma de armazenamento, higiene, prepara e distribuição dos alimentos entre os membros da família, evitando o desperdício nas roças, nos armazéns, em casa, na hora do preparo e na forma de servir a comida no prato;
  • O acesso à água tratada e ao saneamento, que influencia na qualidade do preparo dos alimentos,e
  • A participação da mulher no trabalho e na vida comunitária, que garante mais qualidade nos seus conhecimentos sobre saúde, alimentação e nutrição, o cuidado com ela mesma, o cuidado com as crianças e o reforço do vínculo familiar.
Ø   
A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA PASTORAL DA CRIANÇA
A Pastoral da Criança está desenvolvendo uma metodologia de Planejamento Participativo em Segurança Alimentar e Nutricional, baseada nas experiências de oito projetos pilotos comunitária. O Planejamento Participativo tem como característica a busca de soluções de forma participativa e compartilhada entre os que vivem o problema, os que querem resolvê-lo e os que podem colaborar para isso. Dessa forma, criam-se compromissos sociais para a transformação da realidade. A Pastoral da Criança acredita que a aproximação da população é muito mais concreta se as pessoas participam plenamente no sentido de:
  • Conhecer quais são os problemas de insegurança alimentar na comunidade;
  • Entender o que está causando estes problemas partindo de seus próprios pontos de vista;
  • Priorizar os problemas a serem atacados primeiramente;
  • Reconhecer e trabalhar ao máximo com seus próprios recursos;
  • Identificar parceiros e somar esforços na busca de saídas para os problemas.
Participam do Planejamento Participativo os moradores da comunidade, membros de associações de moradores, de grupos de jovens, representantes de Unidades de Saúde locais, membros de Igrejas e escolas, líderes da Pastoral da Criança, coordenadores da Pastoral da Criança (de comunidade, da Paróquia), outras pessoas e instituições que se interessem e que possam ajudar a comunidade a encontrar soluções viáveis para os seus problemas de alimentação e nutrição.
O público-alvo desse trabalho são as pessoas e famílias das comunidades consideradas em risco alimentar ou nutricional, as que não estão conseguindo atender as suas necessidades alimentares. Dentro das famílias é importante identificar os grupos mais fragilizados pela alimentação e nutrição inadequadas: crianças, gestantes, nutrizes, idosos, pessoas desempregadas e outros.
A Alimentação Enriquecida é uma das ações da Pastoral da Criança que têm importância fundamental na garantia da segurança alimentar e nutricional da população. Ela é uma estratégia de educação alimentar e nutricional que já tem sua eficiência comprovada. Os cursos de Alimentação Enriquecida são espaços importantes para a discussão sobre a Segurança Alimentar e Nutricional.
"Porque o Senhor, teu Deus, vai conduzir-te a uma terra excelente, cheia de torrentes, de fontes e de águas profundas que brotam nos vales e nos montes; uma terra de trigo e de cevada, de vinhas, de figueiras, de romãzeiras, uma terra de óleo de olivas e de mel, uma terra onde não será racionado o pão que comeres, e onde nada faltará; terra cujas pedras são de ferro e de cujas montanhas extrairás o bronze. Comerás, à saciedade, e bendirás o Senhor, teu Deus, pela boa terra que te dão."
Deuteronômio 8, 7-10



  
Ramos da Pastoral da Criança que não mostram sinal de vida: o que fazer?

Considera-se que uma comunidade não mostra sinal de vida quando suas FABS não são digitadas no sistema de informação por três meses ou mais. No Brasil, a cada 100 comunidades com Pastoral da Criança, 22 não mostram sinal de vida após 12 meses de existência.
Na busca de um esforço conjunto para que as comunidades com Pastoral da Criança se mantenham ativas, propomos um olhar especial de todas as coordenações, garantindo aos líderes condições de realizar com segurança suas atividades, independente das dificuldades ou de conflitos que possam existir.

Como detectar precocemente quais Ramos possuem muitas comunidades que não dão sinal de vida
A Coordenação de Setor, com os dados obtidos através do sistema de informação, pode detectar possíveis problemas, através dos seguintes relatórios:
FABS digitadas, enviado mensalmente pela Coordenação Nacional da Pastoral da Criança, juntamente com o Apoio Financeiro Mensal;
Curva de sobrevivência das comunidades, no Sistema de Informações computadorizado:
Relatório especial enviado pela Coordenação Nacional.
Como atuar nos Ramos que não dão sinal de vida:
Ø   
N
o primeiro mês, o coordenador de Setor deve procurar o coordenador de Ramo para saber o que está acontecendo;
   
 No segundo mês, o coordenador de Setor deve ir até o Ramo para saber o motivo de falência das comunidades. Nesta visita, o coordenador de Setor deve: o conversar pessoalmente com o coordenador de Ramo; o conversar pessoalmente com o pároco; o visitar uma ou mais comunidades que deixaram de enviar as FABS para saber, diretamente dos líderes, o que está ocorrendo.
Ø
   No terceiro mês: o coordenador deve visitar todas as comunidades do Ramo; o regularizar o envio das FABS; o marcar um local para os coordenadores de comunidade entregarem as FABS, por exemplo: a secretaria paroquial; o determinar quem do Setor se encarregará de revisar as FABS e encaminhá-las para a Coordenação Nacional.
 Para que o descrito acima aconteça, é necessário já ter constituído uma equipe, com pessoas do próprio Setor, de área e capacitadores que possam visitar as comunidades tão logo se detecte um problema com a coordenação de Ramo. Os Ramos mais próximos aquele que não dá sinal de vida também podem ajudar Como evitar que as comunidades desanimem: Detectar precocemente situações que desanimam os líderes: Sobrecarga por haver muitas crianças por líder; Ver nos relatórios a Média Mensal de Crianças e Gestantes acompanhadas pela Pastoral da Criança, por comunidade; Falta de resultados positivos: muitas crianças em situação de risco, desnutrição, pouca atenção à amamentação, morte de criança, baixa frequência das crianças nas pesagens, poucas visitas realizadas, etc.;
ü   
   Ver nos Extratos de Indicadores;
  • Falta de capacitação dos Líderes, incluindo a formação contínua. Por exemplo: não realização das Oficinas de Aperfeiçoamento;
  • Ver nos Relatório das Capacitações;
  • Falta de transparência no uso dos recursos da Pastoral da Criança;
  • Prestação de contas da coordenação de Ramo: em que e como está investindo os recursos da Pastoral da Criança.
  • FABS devolvida com erro de preenchimento. Conforme o assunto é tratado, podem-se ter reações muito distintas:
Valorização: mostrando o quão importante é o trabalho dos líderes. Por isso, mobiliza-se a Coordenação Nacional, de Setor e de Ramo para que a FABS com erro de preenchimento volte para a comunidade, se verifique o que ocorreu e se envie uma segunda via corrigida. O esforço dos líderes deve ficar registrado corretamente na história da Pastoral da Criança.
Desvalorização: reclamando da falta de atenção, “punindo” quem não fez certo, etc.
Quais comunidades devem ser visitadas primeiras?
A coordenação de Ramo deve programar suas visitas priorizando as comunidades que passam por maior dificuldade, por exemplo, aquelas que não estão enviando FABS. De modo geral, esse é o primeiro indício de que algo não vai bem. Para evitar que as comunidades com dificuldade parem as atividades da Pastoral da Criança, é necessário traçar estratégias para motivar e direcionar a caminhada. Nesse caminho, algumas dicas podem ser seguidas, como:
  • Conversar sobre anseios e dificuldades que possam estar prejudicando o desenvolvimento do trabalho;
  • Pouca consciência das dificuldades do trabalho, empolgação inicial e depois desânimo;
  • Fofocas e competição entre as líderes e com as outras pastorais;
  • Observar como os líderes estão fazendo as visitas domiciliares (conforme orientação do Caderno do Líder);
  • Colaborar na superação das dificuldades encontradas nessas visitas;
  • Acompanhar um Dia de Celebração da Vida (como tarar a balança, se as crianças são pesadas sem excesso de roupas, como está a anotação no gráfico peso-idade, a anotação no Caderno do Líder);
  • Participar de uma Reunião para Reflexão e Avaliação (como está a soma da 3ª parte do Caderno, o preenchimento da FABS e o envio para a Coordenação Nacional);
  • Saber se os líderes estão sobrecarregados em relação ao número de crianças e gestantes acompanhadas ou por outra tarefas;
  • Verificar se falta algum material para que os líderes desempenhem suas atividades;
  • Observar se há conflito entre os membros da Pastoral da Criança ou algum problema de doença, a coordenadora comunitária engravidou, está trabalhando, etc.
  • Conversar com pessoas da comunidade, como professores, ministros da Eucaristia, responsáveis por outras pastorais e lideranças locais. A avaliação de pessoas externas à Pastoral da Criança pode ser muito útil para “ver” algumas coisas que nos passam despercebida no dia-a-dia, bem como para promover a busca por novas lideranças.
A comunidade totalmente falida deve ser prioridade absoluta para o coordenador de Ramo. Neste caso, reunir com o pároco, os líderes que desanimaram e com outras pessoas da comunidade (item 9, acima). Julgar o que pode ser feito e Agir, superando as dificuldades e retomando as atividades de rotina. Caso seja necessário, programar a identificação e capacitação de novos líderes.
  • O acompanhamento é fator indispensável para que as comunidades possam se manter ativas. O coordenador de Ramo precisa estar atento, visitando suas comunidades ao menos uma vez no ano – o ideal seria visitar cada comunidade, quatro vezes no ano. Visita de acompanhamento refere-se aos 9 itens descritos acima, e não somente a visita em dia de festejos, celebrações ou capacitação.
  • A Coordenação de Setor pode auxiliar os Ramos a manter suas comunidades vivas:
  • Promovendo visitas de acompanhamento aos Ramos motivando-os para a Missão. As visitas de acompanhamento devem ser planejadas de acordo com a realidade geográfica, mas a visita deve acontecer no mínimo uma vez ao ano, para cada Ramo.
  • Analisando, com o Coordenador de Ramo, como estão os dados e conversando sobre a situação;
  • Assegurando oficinas de aperfeiçoamento, um direito dos líderes à formação contínua;
  • Promovendo capacitações no Guia do Líder, para novas lideranças.
  • Encaminhando para capacitação de missão do Coordenador de Ramo e Área, os coordenadores que pertencem ao seu Setor.
  • Facilitando o trabalho dos líderes na existência de alguma dificuldade ou conflito.
É na participação solidária que formamos a família da Pastoral da Criança, quando o resgate das comunidades é compromisso de todos, “cuidando” para que as atividades do líder estejam asseguradas, acolhendo idéias diferentes, aprendendo e analisando em conjunto os resultados, sejam eles bons ou não. Tornando nossos atos comunitários, e não individuais, formamos comunhão, onde os frutos aparecem e se somam no acolhimento e na luta pela garantia de vida digna para todos!

Educação para Paz

A PAZ COMEÇA EM CASA

É dentro da família que a criança começa a ser educada tanto para a paz quanto para a violência. Os pais têm grande responsabilidade pela educação de seus filhos. Esta educação deve ter como base o amor e o respeito pelas crianças como seres humanos, únicos e dignos.
A Pastoral da Criança vem orientando constantemente as famílias acompanhadas sobre a necessidade de respeitar e amar a criança antes mesmo de seu nascimento. Mas foi a partir da Campanha da Paz, em 1999, que a Educação para a Paz ganhou destaque na Pastoral da Criança, reforçando a importância das relações humanas na família.
O objetivo desta Pequena Roda de Conversa é envolver toda a comunidade na formação de uma rede de ajuda e orientação aos pais, alertando-os sobre as consequências do uso de atitudes violentas como forma de disciplinar e dando dicas de como educar seus filhos para a paz.
Educação para a Paz é um tema que leva a várias reflexões e discussões. Para ser colocado em prática, deve ser discutido continuamente nas famílias e comunidades.
Para essa Pequena Roda de Conversa com o tema A PAZ COMEÇA EM CASA, é importante rever o DICAS Orientações Práticas para a Realização das Pequenas Rodas de Conversa de número 18.
É interessante que os líderes e coordenadores da Pastoral da Criança convidem para esta pequena roda outras pastorais, como a Pastoral da Juventude e a da Família; profissionais e agentes da área social, de saúde e educação, os conselheiros tutelares, conselheiros municipais de saúde, de educação, dos direitos da criança e do adolescente e de outras entidades afins que houver no município.
Para aprofundar o tema, sugerimos estudar os seguintes materiais:
1. Este DICAS número 21 sobre A PAZ COMEÇA EM CASA;
2. O artigo da sessão "Aprendendo Mais" do Jornal da Pastoral da Criança - Maio/Junho 2002, edição 70, com o título A IMPORTÂNCIA DOS LIMITES NA EDUCAÇÃO DA CRIANÇA;
3. O programa de Rádio VIVA VIDA número 556 com o título Paz na Família que será veiculado na semana de 27 a 31 de maio de 2002. Após a transmissão do programa é importante que a Diocese ou Paróquia recolha os CD’s ou fitas cassetes para serem usadas no preparo dessa reunião;
4. O livro A Paz começa em Casa da Pastoral da Criança;
5. Os 10 Mandamentos da Paz na Família;
6. A fita de vídeo Criança - direito de ser amada.

  PRIMEIRO MOMENTO - VER: APRESENTAÇÃO DO TEMA 
Depois da Acolhida, elege-se uma pessoa para anotar as idéias e decisões do grupo e inicia-se uma conversa sobre a realidade da educação das crianças nas famílias da comunidade. 
ü    ALGUMAS PERGUNTAS PODEM AJUDAR NESSE PRIMEIRO MOMENTO:
  • Quais são as principais características das crianças da nossa comunidade?
  • Na nossa comunidade, como os pais ou responsáveis educam suas crianças?
Depois dessa conversa o grupo pode ler e discutir o texto abaixo:
ü    ALGUNS TIPOS DE EDUCAÇÃO NA FAMÍLIA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS
1. Educação autoritária: acontece quando os pais tentam manter o poder sobre os filhos a qualquer custo, impondo respeito através de castigos físicos, de proibições exageradas e injustas, xingando, humilhando e ameaçando a criança.
São pais que, na maioria das vezes, têm medo de "perder as rédeas" e por isso têm necessidade de impor respeito, de não ceder, de dominar e de tentar moldar as crianças. Quando os filhos mostram comportamentos até saudáveis como dar uma opinião ou tomar alguma iniciativa, esses pais se assustam e sentem a necessidade de controlá-los para que logo descubram "quem manda em casa". Assim, eles encobrem a insegurança e o medo de serem dominados. Geralmente acabam batendo para descarregar sua frustração, sua impotência, sua raiva e a incapacidade para manter o diálogo.
Esses pais "deseducam" os filhos porque desrespeitam as crianças em suas necessidades de explorar, experimentar e utilizar o seu próprio potencial. Como consequência a criança se cria com medo ou com revolta.
O medo talvez seja a pior das consequências, pois ele aprisiona e impede a criança de aprender a se comunicar com honestidade, com espontaneidade e a tomar decisões. Por outro lado, a criança pode se tornar rebelde e hostil. Ela aprende que é importante usar a força e até mesmo bater para obrigar as pessoas a obedecê-la ou para conseguir o que quer.
2. Educação permissiva: acontece quando os pais são comodistas, não têm muito tempo ou vontade de dar atenção e afeto aos filhos. Tentam compensar seu sentimento de culpa deixando os filhos fazer o que querem. Para eles é mais fácil ceder do que ter o trabalho de colocar limites. Assim acabam perdendo as rédeas da situação. Em consequência criança se sente muito poderosa e prepotente e cresce com pouca tolerância a frustração, tem dificuldade de esperar e de perceber as necessidades dos outros. Geralmente essa criança é impulsiva e tem sentimentos de insatisfação, abandono, com a sensação de estar perdida.
3. Educação libertadora: acontece quando os pais buscam desenvolver na criança a cooperação, a corresponsabilidade e o respeito mútuo. É uma educação onde existe uma comunicação respeitosa de pai para filho, onde o filho têm o direito de sentir e de pensar a maneira dele e de dar suas opiniões, sem que um tenha que ser violentado ou oprimido para que o outro possa se satisfazer. As consequências dessa educação para a criança são muito positivas, porque na medida em que ela é tratada com amor e respeito, desenvolve valores importantes para a convivência com outras pessoas, como a cooperação, a solidariedade, a gentileza, o respeito, a consideração e a responsabilidade. Essa é a verdadeira Educação para a Paz!
ü  PARA FINALIZAR ESSE MOMENTO, O GRUPO PODE RESPONDER A SEGUINTE PERGUNTA:
  • Qual é a relação entre os tipos de educação que as crianças têm na família com os problemas de violência encontrados na comunidade?
Para enriquecer esse momento, o artigo da seção APRENDENDO MAIS do Jornal da Pastoral da Criança da edição maio/junho de 2002 pode ser lido e discutido com o grupo.
ü     SEGUNDO MOMENTO - JULGAR: REFLEXÃO SOBRE O ASSUNTO
Depois do VER, o texto a seguir pode ajudar o grupo a pensar melhor no papel da família e da comunidade frente à educação da criança:
Jesus se colocava do lado dos pequenos, dos excluídos e sempre assumia a sua defesa. É impressionante tudo o que Ele fez em defesa das crianças:
1. Acolher e não escandalizar. Jesus era contra os que causavam escândalo nas crianças e aos que faziam elas perderem sua fé em Deus.
2. Acolher e tocar. Jesus acolhia as mães com as crianças e as abençoava. Tocava nelas e abraçava e pedia: "Deixem vir as crianças, não as impeçam!" (Mc 10,13-16).
3. Tornar-se como criança. Jesus pedia que os discípulos se tornassem como criança para entrar no Reino dos Céus (Mt 18,3). Ele colocava as crianças como professores dos adultos.
4. Identificar-se com os pequenos. Jesus abraçava as crianças e identificava-se com elas. "Quem recebe uma criança, é a mim que recebe" (Mc 9,37). "E tudo o que vocês fizerem a um destes mais pequenos foi a mim que o fizeram" (Mt 25,40).
5. Agradecer pelo Reino de Deus presente nas crianças. A alegria de Jesus era grande quando percebia que as crianças entendiam as coisas que Ele anunciava ao povo. Jesus reconhecia que os pequenos entendiam mais do Reino que os doutores. Baseado no texto de Carlos Mesters extraído do livro Meninos e Meninas
ALGUMAS PERGUNTAS PODEM AJUDAR NA REFLEXÃO DESSE SEGUNDO MOMENTO:
  • o texto fala da atitude de jesus perante as crianças. como é a nossa atitude em relação as crianças?
  • Como se educa para a paz crianças que não têm suas necessidades básicas atendidas como comer, dormir, beber e ainda ter carinho, atenção e a proteção dos pais?
  • Que outras dificuldades os pais ou responsáveis encontram para educar a criança para a paz?
TERCEIRO MOMENTO - AGIR: COMPROMISSOS PARA AÇÃO
Neste momento deve-se planejar as ações e firmar os compromissos de cada um frente a Educação para a Paz. É importante apontarmos caminhos éticos e cristãos para que haja uma mudança de mentalidade na educação das crianças. Se queremos um mundo não violento devemos começar educando sem violência as futuras gerações!

ü    ALGUMAS PERGUNTAS PODEM AJUDAR NESSE MOMENTO:
1. Que ações já existem na comunidade que visam a Educação para a Paz?
2. Como desenvolver nos pais ou responsáveis a capacidade de educar seus filhos sem violência?
3. Como orientá-los para que compreendam as necessidades de seu filhos e seus comportamentos nas diferentes fases de desenvolvimento?
4. O que pode ser feito? o que cabe a nós fazer? Quem de nós vai fazer?
5. Quando nos reuniremos novamente para avaliar o que já foi feito e planejarmos outras ações?
Sugerimos encerrar a reunião com um canto ou um momento de louvor e agradecimento
Pais, não dêem aos filhos motivo de revolta contra vocês;
criem os filhos educando-os e corrigindo-os como quer o Senhor!
 Efésios 6,


 
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